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Criopreservação e seus 5 métodos

CRIOPRESERVAÇÃO – CONHEÇA OS 5 MÉTODOS 

É um processo onde células ou tecidos biológicos são preservados através do congelamento a temperaturas negativas, geralmente entre -156 e −196 °C.

Com o avanço das técnicas de Reprodução Assistida, surge a Criopreservação que torna possível adiar a gestação com mais segurança e eficiência, através da preservação da fertilidade seja por motivos pessoais, profissionais ou de saúde. Existem algumas técnicas de preservação da fertilidade atualmente, a escolha pode depender da idade da (o) paciente, tipo de doença ou do tempo disponível antes de começar um tratamento oncológico, por exemplo.

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1° CONGELAMENTO DE ÓVULOS

Técnica na criopreservação bastante utilizada atualmente por mulheres jovens com o intuito de preservar sua fertilidade, além de outras aplicações como na área de doação de óvulos. A criopreservação de gametas femininos representa uma alternativa para solução de diversas questões especialmente no que diz respeito à ética, a lei e a religião. Por questões sócio econômicas ou por enfermidades que podem comprometer a fertilidade, o congelamento de óvulos se apresenta como grande aliado, demonstrando-se igualmente crucial em casos de:

  • Preservação da fertilidade: por questões pessoais a mulher pode postergar o momento de ser mãe e deixar seus óvulos congelados para uma gravidez futura.

  • Preservação da fertilidade em pacientes oncológicas: alguns tratamentos contra o câncer como a quimioterapia e a radioterapia além de combater as células cancerígenas podem causar danos aos ovários entre outros órgãos reprodutores. Nesses casos, o congelamento de óvulos é realizado antes da mulher iniciar o tratamento contra o câncer, permitindo que ela tenha chance de ter um filho biológico futuramente.

  • Hiperestimulação ovariana: quando a paciente tem uma resposta exagerada a medicação e produz um número de óvulos elevado, algumas pacientes por questões sociais ou religiosas optam por não injetar todos os óvulos e congelam parte para uso futuro.

  • Baixa reserva ovariana: mulheres que apresentam histórico familiar de menopausa precoce e se preocupam com a possibilidade de não conseguirem engravidar devido a queda rápida de reserva ovariana também podem se beneficiar do congelamento de óvulos.  

  • Programas de doação de oócitos: onde pacientes participantes dos programas de doação compartilhada doam parte dos seus óvulos para outro casal infértil.  

Quando realizada a punção folicular (captação dos óvulos sob sedação após estimulação ovariana) podemos obter óvulos imaturos, maduros ou tardios. Para o processo de congelamento geralmente são congelados os óvulos maduros. O gameta feminino quando se encontra maduro (em metáfase II), tem estrutura peculiar: é uma célula única, grande, muito sensível à baixas temperaturas e apresenta um teor de água e uma área de superfície pequena, o que torna o processo de desidratação muito mais difícil, sendo esse um dos principais motivos para a menor taxa de sobrevivência, quando comparada a criopreservação de embriões. O protocolo de congelamento mais utilizado hoje em dia por centros de reprodução humana é a vitrificação, as etapas diferem do congelamento de embriões, mas o propósito é o mesmo: utilizando um volume mínimo de meio e proporcionando que os oócitos atinjam baixas temperaturas rapidamente (aproximadamente -196º C), impedimos a formação de cristais de gelo no seu interior, conservando suas propriedades e possibilitando o congelamento por tempo indeterminado. Vale lembrar que além da qualidade laboratorial, algumas alterações nas taxas de sobrevivência dos oócitos podem depender de fatores como a idade da paciente e o protocolo aplicado a criopreservação. Tanto a criopreservação de embriões, como a de oócitos requer um rigoroso controle técnico, já que diversos fatores podem afetar a viabilidade do material. Apenas uma pequena porcentagem de pacientes diagnosticadas com câncer tem suas amostras criopreservadas antes do início do tratamento.

 

Este fator provavelmente se deve a falta de informação do risco do tratamento do câncer para a fertilidade.

2° CONGELAMENTO DE EMBRIÕES

É um procedimento muito rotineiro em centros de Reprodução Humana Assistida trazendo benefícios clínicos em várias situações. No processo de vitrificação, nome mais popular entre os especialistas da área de Reprodução Humana, os embriões atingem baixas temperaturas muito rapidamente (aproximadamente -196º C), proporcionando um estado vítreo ao embrião impedindo a formação de cristais de gelo no seu interior, preservando a sua qualidade.

Pode ser indicada em casos de:

  • Preservação da fertilidade: por questões sociais ou pessoais o casal pode postergar o momento de exercerem a paternidade e a maternidade e deixar seus embriões congelados para uma gravidez futura preservando sua qualidade e livre do impacto da idade feminina que costuma ser um fato importante para a fertilidade

  • Preservação da fertilidade em pacientes oncológicas: alguns tratamentos contra o câncer como a quimioterapia e a radioterapia além de combater as células cancerígenas podem causar danos aos ovários entre outros órgãos reprodutores. Nesses casos, o congelamento de embriões é realizado antes da mulher iniciar o tratamento contra o câncer, permitindo que ela tenha chance de ter um filho biológico futuramente.

  • Doação de embriões: quando o casal não tem mais interesse em mantê-los congelados, estes podem ser doados a outro casal infértil.

  • Acúmulo de embriões para transferência em mulheres com baixa resposta ovariana

  • Na espera de resultados genéticos (por ex.: PGD)

  • Embriões excedentes: na fertilização in vitro normalmente o número de embriões formados é maior que o número de embriões que podem ser transferidos para o útero e, portanto, os demais embriões ficam armazenados para uso futuro.

  • Síndrome de Hiperestímulo Ovariano: acontece quando a mulher tem uma resposta exagerada a medicação ocasionando aumento exagerado do volume ovariano, associado a dor abdominal, náuseas, vômitos, acúmulo de líquido na pelve e no abdômen. Nestes casos, para segurança da paciente, todos os embriões produzidos e de boa qualidade são congelados e a transferência é realizada em outro ciclo sem a necessidade de indução de ovulação e coleta dos óvulos.

Os embriões podem ser congelados em estágio de clivagem (3º ou 4º dia de desenvolvimento) e em estágio de Blastocisto (5º ou 6º dia de desenvolvimento). Devemos lembrar que a taxa de não sobrevivência dos embriões ao serem descongelados existe, e varia de 5 a 10%, ou seja, a cada 100 embriões descongelados, 5 a 10 não sobrevivem e se tornam inviáveis para a transferência. Existem também casos em que o (s) embrião (s) após o descongelamento não permanecem intactos (perdem uma ou duas células) durante o processo, mas continuam viáveis e tem chance de implantar no endométrio e gerar uma gravidez. Transferir embriões congelados garante resultados de implantação iguais ou superiores à técnica de transferência a fresco, mas isso depende também de muitas variáveis como: método utilizado, qualidade do laboratório de FIV e critérios de seleção de embriões.

3° CONGELAMENTO SEMINAL 

É um método bastante difundido entre pacientes submetidos a técnicas de reprodução humana assistida a qual oferece ótimos resultados de sucesso de gravidez. Consiste na conservação do material biológico, por tempo indeterminado, a temperatura de -196º C, a fim de manter sua função biológica e a capacidade de fertilização após o descongelamento.

 

Pode ser indicado para os seguintes casos:

  • Pacientes oncológicos que serão submetidos a tratamentos como a quimioterapia ou radioterapia;

  • Cirurgias que possam comprometer a capacidade reprodutiva, como por exemplo, a remoção total ou parcial do testículo;

  • Pacientes que desempenham papel profissional em ambientes de trabalho específicos que podem afetar negativamente a qualidade espermática como: ambientes com altas temperaturas (ex.: fornos), as que envolvem radiação (ex.: médicos radiologistas), produtos químicos e pesticidas (ex.: agricultores) e alguns tipos de esportes (ex.: ciclistas profissionais);

  • Cirurgia no aparelho reprodutor que podem comprometer a liberação dos espermatozoides no ejaculado (ex.: vasectomia). Apesar do propósito dessa cirurgia ser a interrupção de forma definitiva das chances de gravidez, com o passar dos anos e mudanças na vida, alguns pacientes desejam ser pais novamente e podem contar com uma amostra de espermatozoides congelados evitando assim a necessidade de uma punção testicular ou reversão da vasectomia, ambos procedimentos mais complexos e menos eficazes que realizar o descongelamento de uma amostra de sêmen;

  • Criopreservação do sêmen do parceiro devido a ausência temporária dele no dia do procedimento de reprodução assistida;

  • Criopreservação de espermatozoides obtidos por PESA, TESA, MESA, TESE;

  • Pacientes soropositivos como HIV/hepatite, em terapia de controle antirretroviral ou amostras com carga viral indetectável podem ser criopreservadas para tratamento de Fertilização in vitro diminuindo o risco da transmissão.

Para a técnica de congelamento seminal é necessária a utilização de crioprotetores os quais tem a função de proteger os espermatozoides dos danos durante o processo de congelamento e descongelamento evitando a desidratação e a formação de cristais de gelo intracelular. Cerca de 50% dos espermatozoides sofrem danos durante o processo de congelamento e descongelamento e após o descongelamento obtém-se uma recuperação de aproximadamente 25% de espermatozoides móveis, dado este que está dentro dos padrões normais estabelecidos. Vale lembrar que cada paciente apresenta respostas diferentes mesmo estando nas mesmas condições de congelamento. As amostras podem ficar armazenadas por tempo indeterminado, sendo descongeladas quando o paciente optar por utilizá-las em algum tratamento de reprodução assistida e as taxas de gestação variam conforme a técnica de reprodução assistida utilizada e a qualidade da amostra após o descongelamento.

4° CONGELAMENTO DE TECIDO OVARIANO

Técnica que consiste em preservar oócitos dentro dos folículos pré-antrais presentes no córtex ovariano.

 

Uma vez removido, o tecido ovariano que contém os folículos é criopreservado e pode potencialmente ser usado mais tarde para restaurar a fertilidade. Através de um procedimento cirúrgico, é realizada a retirada de uma parte ou de todo o ovário, de acordo com a indicação. Estes fragmentos são a seguir submetidos ao processo de preparo e congelamento em nitrogênio líquido e após o término do tratamento oncológico, dependendo do estado de saúde e do desejo da paciente e do cônjuge de engravidar, os fragmentos do ovário criopreservados poderão ser descongelados e reimplantados no organismo da paciente de forma a proporcionar a chance de uma gravidez futura.

 

É indicada para aquelas pacientes que necessitam dar início ao tratamento contra o câncer de imediato e não possuem tempo hábil para o congelamento de óvulos/embriões, pacientes que possuem contraindicação para receberem estimulação ovariana com hormônios e também aquelas que ainda não entraram na puberdade, nas quais não existe a possibilidade de coletar óvulos. É uma excelente alternativa, apesar de ainda ser considerada uma técnica experimental pela sociedade médica, mas ainda sim pode ser a única opção disponível para essas pacientes preservarem a fertilidade.

 

Muitos estudos estão sendo realizados para aprimorar a técnica de criopreservação do tecido ovariano. Após o transplante e a comprovação do funcionamento do tecido, pode proporcionar uma gestação espontânea ou caso necessário, por meio da técnica de Fertilização in vitro.  

5° CONGELAMENTO DE TECIDO TESTICULAR

Representa uma alternativa muito importante na preservação da fertilidade principalmente em paciente oncológicos, que não conseguem ejacular e que passarão por um processo de quimioterapia ou radioterapia, o que pode causar danos irreversíveis ao seu potencial fértil. Essa técnica adquire maior importância quando se trata de pacientes adolescentes que ainda não tem espermatozoides no ejaculado embora seu tecido testicular contenha células jovens que mais tarde darão origem aos espermatozoides. Ela permite que após o tratamento oncológico e depois de comprovado a cura desses pacientes, essas células sejam novamente transplantadas para o testículo, possibilitando que esses pacientes voltem a ter seus próprios espermatozoides. Por se tratar também de uma técnica ainda experimental ela é pouco desenvolvida, porém é o único recurso disponível atualmente para preservar a fertilidade de paciente pré-púberes. Estudos vem sendo realizados a fim de tornar essa técnica uma alternativa mais eficiente.   

Image by Kaylee Garrett

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