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Ovodoação: veja como a técnica pode ajudar mulheres a realizarem o sonho da maternidade



Ainda que a infertilidade seja considerada um problema de saúde mundial pela Organização

Mundial da Saúde (OMS) por afetar milhões de pessoas no mundo todo, atualmente, com a

evolução da medicina reprodutiva, tem tratamento na maioria dos casos.

Hoje, existem diferentes recursos que ajudam a realizar o sonho de ter filhos, não apenas de

pessoas inférteis, mas também das solteiras que desejam uma gravidez independente. As

técnicas de reprodução assistida são consideradas o tratamento padrão para que isso

aconteça, nos dois casos.

Desde 2013, por exemplo, o Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão que regulamenta a

reprodução assistida no Brasil ampliou a utilização das técnicas a pessoas solteiras,

independentemente de terem ou não problemas de fertilidade, acompanhando a tendência das

sociedades contemporâneas de adiar os planos para formar uma família.

A ovodoação está disponível apenas na reprodução assistida e é fundamental para mulheres

que não podem engravidar com óvulos próprios ou para os homens que desejam vivenciar a

paternidade de forma independente. Continue a leitura para saber mais.

O que é ovodoação?

A ovodoação (doação de óvulos) é um procedimento em que mulheres férteis doam seus

óvulos para as inférteis.

A doação, entretanto, pode apenas ser feita para as clínicas de reprodução assistida e em

alguns casos, inclusive, de forma compartilhada: mulheres em tratamento podem doar seus

óvulos para outra paciente que se responsabiliza pelos custos de parte do tratamento da

doadora.

Antes de doar os óvulos a mulher deverá ter a saúde confirmada por exames, entre eles a

avaliação da reserva ovariana, que determina a quantidade de folículos presentes nos ovários,

dos menores aos com capacidade para posteriormente ovular (pré-antrais ou antrais).

Também é realizado o rastreio para infecções sexualmente transmissíveis (IST), pois podem

comprometer a qualidade dos óvulos e para doenças genéticas, cujo risco é a transmissão para

o futuro bebê.

Após ter a saúde confirmada, a doadora é submetida à estimulação ovariana, procedimento

que utiliza medicamento hormonais para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de

mais folículos. Quando eles estão maduros, momento apontado por ultrassonografias


realizadas periodicamente, são coletados por punção folicular e os óvulos extraídos em

laboratório, momento em que são selecionados os melhores para serem congelados.

Óvulos de doadoras podem ser utilizados nas seguintes situações:

 Por mulheres que sofrem com uma condição conhecida como falência ovariana

prematura (FOP), na qual há perda da função dos ovários precocemente, antes dos 40

anos;

 Por mulheres com baixos níveis de reserva ovariana, provocada pelo envelhecimento

ou por doenças, que não conseguiram obter uma quantidade de óvulos suficiente para

serem fecundados no tratamento por fertilização in vitro (FIV);

 Por mulheres com doenças genéticas que podem ser transmitidas para os filhos;

 Por homens solteiros, que desejam uma gravidez independente.

As doadoras podem ser selecionadas de acordo com as características biológicas do casal: o

Conselho Federal de Medicina permite que a semelhança com a receptora seja mais

abrangente desde 2017, anteriormente exigia compatibilidade máxima.

O órgão também estabeleceu outras regras para orientar o procedimento. É importante

conhecê-las antes de optar pelo tratamento com óvulos doados.

Regras que orientam a ovodoação

Entre as regras que orientam a ovodoação está a idade máxima da mulher, até 35 anos,

considerando que a reserva ovariana naturalmente sofre uma redução a partir dos 36 anos,

assim como a qualidade do óvulo também é afetada pelo envelhecimento.

A doação não poderá ter caráter lucrativo ou comercial e, da mesma forma, doadores e

receptores não podem conhecer a identidade uns dos outros, ou seja, deve ser anônima e

voluntária.

No entanto, o CFM permite à mesma doadora contribuir com quantas gestações forem

desejadas, desde que em uma mesma família receptora, mas, de acordo com legislação

vigente, uma amostra de material celular das doadoras deve ser mantida de forma

permanente nas clínicas de reprodução assistida.

Ovodoação e reprodução assistida

A ovodoação é um procedimento que só pode ser utilizado na reprodução assistida,

particularmente na fertilização in vitro (FIV).

A receptora da gravidez também deverá ter a saúde avaliada por exames para confirmar a

capacidade de sustentá-la. Em alguns casos, pode receber medicamentos hormonais para


assegurar a receptividade endometrial, critério importante para a implantação do embrião e

sucesso do tratamento.

Após a doadora ser selecionada são coletadas amostras de sêmen do parceiro e submetidas ao

preparo seminal, técnica que utiliza diferentes métodos para capacitar os espermatozoides,

selecionando, dessa forma, apenas os mais saudáveis para a fecundação.

Os óvulos são, então, descongelados e a fecundação é realizada em laboratório. O método

mais utilizado é a FIV com ICSI, em que cada espermatozoide é novamente avaliado

individualmente e injetado diretamente no citoplasma do óvulo.

Os embriões são cultivados por alguns dias em laboratório e transferido para o útero na

mulher receptora em duas fases: D3, quando as células ainda estão em processo de divisão,

ou blastocisto, quando já estão formadas e divididas por função.

A opção pela transferência em D3, entretanto, é feita apenas em alguns casos específicos, pois

na fase de blastocisto, entre as vantagens está a maior sincronização fisiológica, uma vez que

a implantação na gestação natural ocorre nesse etapa.

Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV são os mesmos quando o

tratamento é realizado com óvulos próprios ou doados e são os mais altos da reprodução

assistida.

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